Testemunho segundo
No dia seguinte tive alta para a enfermaria. Observava o movimento dos enfermeiros, médicos, da outra paciente e conversava com minha acompanhante* quando me dei conta que enxergava uma sobreposição de imagem onde via o manto azul de Nossa Senhora. Fechei os olhos e lá estava, numa nitidez incrível, jamais vista com olhos normais, e num tom azul escuro com delicados detalhes em dourado. Detive-me em pura contemplação.
A partir desta imagem foram surgindo outras e outras como em uma sucessão de slides: rosas solitárias ou reunidas nas cores vermelhas ou brancas, pessoas idosas, adultas e crianças, homens e mulheres, sozinhos ou em grupos, vestidos ou desnudos, pérolas, estátuas e mantos de Nossa Senhora. Imagens com movimento ou estáticas. Sempre se recomeçava com uma que em seguida era transmutada para outra, quando então se trocava a imagem. Permaneci a maior parte do tempo possível de olhos fechados, pois não queria perdê-las.
Para meu regozijo, elas acompanharam-me até a hora de dormir e também durante todo o dia seguinte.
Em determinado momento ouvi uma voz dentro de mim em alto som como que transmitida por microfone. Uma voz de puríssima feminilidade. Era de Maria.
Noutro momento vi uma imagem espelhada em tempo real de um dos lados do meu rosto no qual uma mãozinha de bebê fazia carinho na minha bochecha. Até olhei para minha bochecha de verdade a fim de conferir, mas não nada vi. Fiquei emocionada.
A partir do segundo dia passei a escutar ininterruptamente em minha mente uma música lindíssima (que depois descobri ser “Ave Maria de Gounod”) que me acompanhou nos dias seguintes.
Passado aquele período e meditando sobre toda aquela riqueza, conclui que Maria me apresentara um pouco do seu coração – e como este era tenro, feminino, delicado e ao mesmo tempo forte e puro.
(Do Livro Renascimento e Vida em Cristo)